Depois dos 40 anos de idade, essa pergunta começa a bater nas rodas de amigos, aquelas em que a gente conversa e um assunto emenda no outro, sem fim. Foi o que aconteceu comigo em um almoço maravilhoso entre amigos, daqueles com entrada, prato principal, sobremesa e café. Na hora do cafezinho foi quando começaram aquelas frases “lugar comum” que a gente adora, como: “na minha idade eu não me presto mais a fazer essas coisas”, “no nosso tempo de criança é que era bom” “tá pra nascer quem vai me convencer a fazer isso de novo”... e você vai percebendo que a lista das coisas que você aceita fazer vai ficando menor e a lista do que jamais faria outra vez, vai aumentando.
Vamos entender dessa forma: a amargura pode ser considerada uma pouca disposição, uma falta de paciência mesmo. É um faro fino que a gente adquire depois de uma idade que nos faz seletivos a ponto de parecermos chatos. E vou confessar, muitas vezes somos chatos mesmo, sem carisma e sem bateria social. É olhar uma situação vendo ali o potencial da tragédia iminente e dizer: “Inadmissível, na minha idade, …” Mas eu confesso a vocês que muitas vezes, corri o risco e paguei pra ver, rezando para ser diferente. Eu ainda tenho a capacidade de me colocar em certos riscos, a meu ver pequenos, mas me coloco ainda em situações que eu acredito que mesmo tendo tudo para dar errado, podem dar certo. Uma pessoa amargurada deixa de se arriscar tendo como justificativa um cabelo branco aqui, outro ali. O amargurado, ele considera que tudo sabe. Sim, ele vê, ele viveu, ele sabe. E nada depois do que ele ditou, é verdade.
Você e eu corremos o risco de nossas ideias não corresponderem aos fatos, e isso é do aprendizado da vida.
Amargura é um ressentimento, não é sinônimo de amadurecimento. O amadurecimento nos dá a oportunidade de entender melhor. Quem está há mais tempo na estrada, já viu mais coisas, já trocou mais pneus, já fez mais reparos, já fez mais escolhas. Amargura não precisa fazer parte do trajeto.
Aproveitando para indicar pra vocês o podcast “Não Inviabilize”, que conta relatos do dia a dia e que garante a diversão dos meus momentos no trânsito, na academia e enquanto lavo louça.
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Até a próxima newsletter.
Com amor, Andrea.
Por um amadurecer sem amargurar :) Adorei!
Textos que nos fazem refletir e avaliar vieses do nosso comportamento, excelente Andrea!